Que didático esse post, criado por Gustavo Lepore (anakin_lepore@hotmail.com,baseado numa estratégia impressionante de um dos nossos glóbulos brancos. Ele se baseou nesse artigo da revista Jove, que é especializada em produzir vídeos explicando os trabalhos.E você pode deixar comentários logo abaixo, e o próprio autor pode te responder, legal né? O texto do Gustavo é bem explicativo, o vídeo a que ele se refere ao final é esse do link, assista. Vale a pena.
O nosso sistema imunológico é dotado de vários componentes e células que atuam das mais diversas formas no combate aos microorganismos e outros antígenos que invadem nosso corpo.
Uma dessas células, que a meu ver é a mais interessante, são os neutrófilos. Estas células são os componentes imunológicos mais abundantes no nosso sangue, e é a partir da contagem destas que temos alguns diagnósticos dizendo se uma pessoa está doente ou não. Contagem acima da média, a pessoa tem uma possível/provável infecção; na média, pessoa aparentemente normal; abaixo, pessoa imunodeprimida por algum fator (quadro denominado neutropenia).
Mas o enfoque deste post não é o que os neutrófilos fazem, mas como eles fazem o combate aos agentes estranhos ao nosso corpo.
Existem três maneiras de um neutrófilo acabar com um microorganismo, sendo duas bem conhecidas, a fagocitose e a degranulação, e uma menos conhecida, denominada netose (proveniente de “NET”, sigla em inglês para “armadilhas extracelulares de neutrófilos”), que é o enfoque do post.
A fagocitose é um processo no qual o neutrófilo envolve o antígeno (“vilão” do organismo) e dentro de seu hialoplasma (líquido intracelular) este antígeno será digerido por enzimas digestivas presentes nos lisossomos (pequenos organóides responsáveis pela metabolização de nutrientes).
A degranulação é um processo um tanto mais complexo, em que o neutrófilo exocita, ou seja, joga para fora da membrana celular, grânulos contendo substâncias que atacam os antígenos, destruindo-os no meio extracelular.
Já a netose é incrível. Nossos neutrófilos possuem um núcleo celular bem característico, geralmente dividido em três partes, por isso são chamados de “polimorfonucleares” (poli = várias; morfo = forma). Ao receberem o estímulo do antígeno, esse núcleo estranho se une em um grande e único núcleo, então o neutrófilo simplesmente exocita seu próprio DNA, ligado às histonas (proteínas que auxiliam na condensação do material genético) e aos grânulos. Este complexo DNA+Histonas+Grânulos (NET) fica à deriva na corrente sanguínea, e assume uma forma análoga a de uma rede de pesca, só que microscópica, que captura os antígenos e os matam aos poucos (dá até pra lembrar uma água-viva se alimentando). Incrível não é? Pena que isto custa a vida dos neutrófilos, e aí entra a netose como mais um processo de morte celular programada, como a conhecida apoptose (proporcionada pelos Linfócitos T CD8+ Killers, outra célula de defesa).
Está aí então, mais uma vez nosso corpo nos impressionando. Deixo a imagem de uma bactéria presa à NET (incrível!), e um vídeo (em inglês) que explica o funcionamento das mesmas. Pule para lá!
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