sábado, 3 de dezembro de 2011

Tire suas dúvidas sobre a Aids

O uso da camisinha continua sendo a melhor prevenção

O dia 1º de dezembro foi o Dia Mundial de Luta contra a AIDS. A cada ano, diferentes temas são abordados, destacando importantes questões relacionadas à doença. Neste ano, a campanha tem como slogan “A Aids não tem preconceito”. A ideia é chamar a atenção da vulnerabilidade da doença na população de jovens homossexuais.
O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS foi instituído pela Assembleia Mundial de Saúde, com o apoio da ONU (Organização das Nações Unidas), para relembrar o combate à doença. No Brasil, a data passou a ser comemorada a partir de 1988, por decisão do Ministério da Saúde.

Jovens ignoram camisinha, ficam mais expostos ao HIV e preocupam governo
 
A curiosidade fez com que Brenno Sales Preis, de 22 anos, usasse camisinha duas vezes desde que perdeu a virgindade, no começo deste ano. Desfeito o mistério, ele voltou a ter relações sem camisinha. Preis, que é estagiário e mora em Belo Horizonte, conta que não teme a Aids.
 
 Nunca conheci uma pessoa com Aids. Nem amigo de amigo. É como se [a doença] não existisse. Passou a ser um mito.

Preis ilustra um dos principais desafios do governo: lembrar para a população que a camisinha não é só um método anticoncepcional e que ainda é uma das formas mais eficazes de se evitar o vírus HIV. A Aids antes era vista como uma sentença de morte. Passou a ser vista como uma doença tratável. O governo admite que a doença está “banalizada” no imaginário popular e luta contra isso. Várias campanhas publicitárias começaram nesta quinta-feira (1º), Dia Mundial de Luta Contra a Aids, a lembrar que a doença não pode ser subestimada.

A administração da doença avançou, mas ainda não existe uma cura, como destaca o infectologista Ricardo Sobhie Diaz, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

- A doença perdeu alguns estigmas que ela tinha antes. As pessoas podem não morrer tanto como antes por causa da doença, mas isso não é motivo para as pessoas não se cuidarem. Mesmo com o remédio antirretroviral, as pessoas soropositivas envelhecem muito mais rápido. Existe um dano.

Imaginário

Outro fator que fez as pessoas deixarem de temer a Aids foi o esquecimento das discussões dessa doença. Preis afirma que a Aids nunca foi tema de conversação com a sua família. Preis lembra que o mais próximo de uma conversa sobre o tema foi uma vez que sua mãe disse “ó, use camisinha” há dez anos. Para ele, a Aids é quase um fruto de imaginação.

Quando Preis tinha dois anos, um ícone da música pop morria por causa da doença. No final do mês passado, completou-se 20 anos da morte do vocalista da banda Queen Freddie Mercury em decorrência da Aids. Os anos 80 e 90 foram marcados por várias mortes de artistas por causa da doença, como Cazuza e Renato Russo.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta semana que a pasta avalia existir “uma geração jovem no país que não viveu a luta contra a Aids há vinte anos”.

Hoje a doença mais temida é o câncer - o ex-presidente Lula e o ator Reynaldo Gianecchini são dois casos recentes de famosos que lutam contra a doença. Esse temor também se reflete em dados. Na lista dos males não transmissíveis que mais matam os brasileiros, na segunda colocação aparece o câncer, responsável por 16% de todas as mortes.

Um estudo divulgado pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) aponta que serão diagnósticados no ano que vem 518.510 novos casos de câncer em todo o país. Mas isso não significa que a Aids deva ser subestimada.

Balanço do Ministério da Saúde sobre a Aids aponta que o número de novos casos caiu de 2009 para 2010, de 35.979 em 2009 para 34.212 em 2010. Mesmo com números inferiores ao câncer, isso não significa que a Aids deva ser tratado com menos cuidado.



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Fonte: R7
 

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